o que fica de mim e em mim é cada vez
mais essencial e verdadeiro"
"Crescer custa, demora, esfola, mas compensa.
É uma vitória secreta, sem testemunhas.
O adversário somos nós mesmos."
(Martha Medeiros)
Tá no teu talento pra me fazer sorrir, essa certeza da permanência de dias coloridos carnavalizando o meu calendário. Por isso essa teimosia em te devolver a mesma folia, em fazer barulho com as palavras, em poetizar esse querer de confetes e serpentina que transborda um sonho a dois.
Fica inaugurado no sossego do teu colo, o meu cais. Recanto devoto pra onde corro - descalça e sem mapas - quando as ondas invisíveis desse mar de dias rasos tentam me engolir.
Esclarecido no teu abraço o regressar do meu pulsar. Toda energia que, renovada, se explica no teu peito acolhedor.
Plantando no meu apreço a tua serenidade, o teu caminhar junto, a tua vocação em me desajustar os sentidos.
Presa no meu saber orgulhoso, essa destreza do teu café fraco, o teu lado certo pra dormir, a liberdade contida no quê de suficiência que aqui se fez habitual.
Dito e decretado: o sentimento que se sabe presente pelo sorver de contento cotidiano.
E quando o céu fica cinza, quando os dias desbotam, quando tudo parece ontem, a tua mão na minha vem me lembrar do amanhã. Dos tantos amanhãs que nos aguardam famintos.
Em companhia, e repleto da cumplicidade construída a passos largos, vem o seu olhar. Do tipo que dispensa o estender da prosa, do tipo que se basta no próprio gesto, do tipo que justifica cada sinal, vem o seu olhar me fazer concluir que, das raras certezas que a vida nos admite, fica eleita a mais linda esta que revela do que é feito, até onde se destina e a quem pertence tanto amor: É terno. Eterno. E nosso.